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Vitória do Estilista Akihito Hira |
Com uma coleção inspirada nos vaqueiros, Akihito conquistou os jurados da disputa por seu acabamento impecável, como destaca a jornalista Gabriela Cruz, do Correio da Bahia, que fez parte da equipe que julgou o trabalho dos oito inscritos no concurso. “A gente conseguiu ir no backsatge antes do desfile e ver as coleções de perto. A dele tinha um acabamento preciso, com forros e texturas. Dentro do proposto, ele foi o que atendeu melhor os requisitos”, conta.
Para a blogueira e colunista social Tânia Muller, o trabalho apresentado por Akihito foi o único que apresentou contemporaneidade, uma das exigências mais importantes da premiação. “Para mim, o importante não é só o desfile na passarela, mas o acabamento, a execução da alfaiataria, a presteza e delicadeza das inspirações dele. Ele tinha contemporaneidade, coisas que os outros não apresentavam e eu fiquei apaixonada. Os detalhes das camisas dele são impecáveis. Embora sejam peças masculinas, eu fiquei com vontade de ter uma para mim. No instante que eu olhei toda a coleção, eu já sabia que era ele”, enfatiza ela.
Desfile do Estilista Akihito Hira |
Na sala de imprensa, o organizador da maior semana de moda autoral do país não escondia sua felicidade pela vitória da marca brasiliense. Depois de elogiar Akihito antes mesmo do estilista ser premiado e de convidá-lo para o DFB do ano que vem, quebrando todos os protocolos, o produtor cultural não deixou de tecer mais elogios ao trabalho do designer. “Eu fiquei de boca aberta com o trabalho daquele cara, com a precisão dele, com o cuidado na hora da entrega. Aquilo ali não foi uma fala especial. Ele arrebentou. Eu não sabia que ele tinha ganho, mas quando eu abri o envelope, eu fiquei muito satisfeito com a escolha do júri. Ele é fantástico e eu convidei ele na frente de todo mundo porque ele merece”.
Após a emocionante vitória, o site Finíssimo fez uma entrevista exclusiva com Akihito, que nos contou todos os detalhes da coleção vencedora e revelou os próximos passos da marca depois do resultado inédito. Confira:
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Akihito Hira |
Quais foram as inspirações da coleção que você apresentou? Você sentiu alguma dificuldade em atrelar o DNA Akihito Hira ao tema?
O tema era “Ceará de Corpo e Alma”, então a gente tinha que trazer algo relacionado ao estado, mas, como a nossa marca é masculina, tivemos um certo desafio para aplicar esse universo dentro da coleção. Foi quando a gente pensou na figura do vaqueiro e em tudo que está inserido nesse contexto: a história, as missas, as vaquejadas e todos os aspectos da personalidade desse homem, que às vezes se apresenta de uma maneira rústica e rude, mas aqui ganhou um ar mais elegante, com uma alfaiataria desconstruída. Junto disso, nós também tínhamos que trabalhar as artesanias, que é algo extremamente feminino, tornando a coisa mais desafiadora ainda. Nós analisamos todas as possibilidades e achamos nos arabescos, típicos no gibão de couro, trabalhando-os nas roupas com bordado de linha e crochê. Essa foi a grande sacada, assim como as aplicações de patches e os forros, que foram feitos com tecidos estampados com imagens de São José e Nossa Senhora, remetendo à religiosidade do vaqueiro. É uma coleção muito rica em detalhes.O acabamento das suas roupas sempre foi algo elogiado por todos. Inclusive, você sempre defendeu que essa é a parte mais importante da confecção de uma coleção. Por que essa preocupação com a qualidade dos produtos?
A nossa marca faz parte do movimento slow fashion desde o início. A gente valoriza a roupa de qualidade, que não é massificada e usa trabalho escravo. A gente sempre dá prioridade à uma roupa que tem bom acabamento e privilegia a qualidade de vida de nossos colaboradores, sempre pensando na possibilidade de ter um produto que seja adequado para o nosso público-alvo, que hoje é um consumidor consciente, e que seja um produto durável.Você já tem alguma ideia do que vai trazer para Fortaleza no ano que vem?
Eu ainda estou em êxtase, a ficha ainda não caiu. Fiquei muito emocionado de ter recebido o prêmio, pois, de coração, eu não esperava. Eu tinha concorrentes fortíssimos, que já tinham uma torcida forte na sala de desfiles e, por a gente ser de fora, rola aquela insegurança. Também estou muito surpreso e feliz pelo o retorno que o Cláudio nos deu. Ele é um fofo, um querido, e acabou nos fazendo esse convite. No momento, eu ainda não consigo pensar em nada, mas com certeza vamos trazer uma coleção belíssima para o ano que vem.Qual a importância desse prêmio para a marca?
Eu acho que esse prêmio serviu como uma porta de entrada para nós termos uma visibilidade e participarmos mais da moda nordestina. Infelizmente, em Brasília, nós estamos órfãos de eventos de moda e é algo que a gente precisa. Nós precisamos de um local onde consigamos mostrar nosso trabalho, de uma vitrine, mesmo que anual. O Dragão foi uma oportunidade que nós encontramos para isso.Você já conhecia a cidade? O que achou da experiência com a moda cearense?
Eu não conhecia Fortaleza e estou extremamente encantado. O povo é super bacana, gentil, educado e nos atenderam muito bem. Estamos com a vontade de voltar sempre. Sinto que ainda teremos uma relação muito com essa cidade. Você pretende focar mais no consumidor cearense depois desses acontecimentos?Eu acho que esse é o intuito. Queremos fazer a ampliação da marca e, de repente, trabalhar nichos diferentes ou até mesmo linhas diferentes, mas sempre focado no público masculino, que é extremamente carente de moda.Máquina de Costura é na Ipermaq, A maior variedade de modelos com as melhores ofertas do mercado. Confira: www.ipermaq.com.br
Fonte: Finíssimo
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