Akihito Hira vence o Ceará Moda Contemporânea e passa a integrar o line up do DFB Festival em 2018

O estilista Akihito Hira foi consagrado como o grande vencedor do prêmio Ceará Moda Contemporânea, entregue na última quarta-feira, 24, na 18ª edição do Dragão Fashion. O paulista radicado em Brasília e sua marca homônima levaram o prêmio de melhor design, R$ 5.000, uma máquina de costura e o troféu de excelência, dedicado aos participantes que mais mostraram profissionalismo durante o processo de realização do concurso co-realizado pelo Sinditêxtil. Para fechar sua participação com chave de ouro, o professor do Centro Universitário Iesb ainda foi convidado pelo idealizador do evento, Cláudio Silveira, a integrar o line up da semana de moda a partir do ano que vem.

Vitória do Estilista Akihito Hira
Vitória do Estilista Akihito Hira

Com uma coleção inspirada nos vaqueiros, Akihito conquistou os jurados da disputa por seu acabamento impecável, como destaca a jornalista Gabriela Cruz, do Correio da Bahia, que fez parte da equipe que julgou o trabalho dos oito inscritos no concurso. “A gente conseguiu ir no backsatge antes do desfile e ver as coleções de perto. A dele tinha um acabamento preciso, com forros e texturas. Dentro do proposto, ele foi o que atendeu melhor os requisitos”, conta.

Para a blogueira e colunista social Tânia Muller, o trabalho apresentado por Akihito foi o único que apresentou contemporaneidade, uma das exigências mais importantes da premiação. “Para mim, o importante não é só o desfile na passarela, mas o acabamento, a execução da alfaiataria, a presteza e delicadeza das inspirações dele. Ele tinha contemporaneidade, coisas que os outros não apresentavam e eu fiquei apaixonada. Os detalhes das camisas dele são impecáveis. Embora sejam peças masculinas, eu fiquei com vontade de ter uma para mim. No instante que eu olhei toda a coleção, eu já sabia que era ele”, enfatiza ela.

Desfile do Estilista Akihito Hira
Desfile do Estilista Akihito Hira

Na sala de imprensa, o organizador da maior semana de moda autoral do país não escondia sua felicidade pela vitória da marca brasiliense. Depois de elogiar Akihito antes mesmo do estilista ser premiado e de convidá-lo para o DFB do ano que vem, quebrando todos os protocolos, o produtor cultural não deixou de tecer mais elogios ao trabalho do designer. “Eu fiquei de boca aberta com o trabalho daquele cara, com a precisão dele, com o cuidado na hora da entrega. Aquilo ali não foi uma fala especial. Ele arrebentou. Eu não sabia que ele tinha ganho, mas quando eu abri o envelope, eu fiquei muito satisfeito com a escolha do júri. Ele é fantástico e eu convidei ele na frente de todo mundo porque ele merece”.

Após a emocionante vitória, o site Finíssimo fez uma entrevista exclusiva com Akihito, que nos contou todos os detalhes da coleção vencedora e revelou os próximos passos da marca depois do resultado inédito. Confira:

Akihito Hira - Máquina de Costura
Akihito Hira


Quais foram as inspirações da coleção que você apresentou? Você sentiu alguma dificuldade em atrelar o DNA Akihito Hira ao tema?

O tema era “Ceará de Corpo e Alma”, então a gente tinha que trazer algo relacionado ao estado, mas, como a nossa marca é masculina, tivemos um certo desafio para aplicar esse universo dentro da coleção. Foi quando a gente pensou na figura do vaqueiro e em tudo que está inserido nesse contexto: a história, as missas, as vaquejadas e todos os aspectos da personalidade desse homem, que às vezes se apresenta de uma maneira rústica e rude, mas aqui ganhou um ar mais elegante, com uma alfaiataria desconstruída. Junto disso, nós também tínhamos que trabalhar as artesanias, que é algo extremamente feminino, tornando a coisa mais desafiadora ainda. Nós analisamos todas as possibilidades e achamos nos arabescos, típicos no gibão de couro, trabalhando-os nas roupas com bordado de linha e crochê. Essa foi a grande sacada, assim como as aplicações de patches e os forros, que foram feitos com tecidos estampados com imagens de São José e Nossa Senhora, remetendo à religiosidade do vaqueiro. É uma coleção muito rica em detalhes.

O acabamento das suas roupas sempre foi algo elogiado por todos. Inclusive, você sempre defendeu que essa é a parte mais importante da confecção de uma coleção. Por que essa preocupação com a qualidade dos produtos?

A nossa marca faz parte do movimento slow fashion desde o início. A gente valoriza a roupa de qualidade, que não é massificada e usa trabalho escravo. A gente sempre dá prioridade à uma roupa que tem bom acabamento e privilegia a qualidade de vida de nossos colaboradores, sempre pensando na possibilidade de ter um produto que seja adequado para o nosso público-alvo, que hoje é um consumidor consciente, e que seja um produto durável.

Você já tem alguma ideia do que vai trazer para Fortaleza no ano que vem?

Eu ainda estou em êxtase, a ficha ainda não caiu. Fiquei muito emocionado de ter recebido o prêmio, pois, de coração, eu não esperava. Eu tinha concorrentes fortíssimos, que já tinham uma torcida forte na sala de desfiles e, por a gente ser de fora, rola aquela insegurança. Também estou muito surpreso e feliz pelo o retorno que o Cláudio nos deu.  Ele é um fofo, um querido, e acabou nos fazendo esse convite. No momento, eu ainda não consigo pensar em nada, mas com certeza vamos trazer uma coleção belíssima para o ano que vem.

Qual a importância desse prêmio para a marca?

Eu acho que esse prêmio serviu como uma porta de entrada para nós termos uma visibilidade e participarmos mais da moda nordestina. Infelizmente, em Brasília, nós estamos órfãos de eventos de moda e é algo que a gente precisa. Nós precisamos de um local onde consigamos mostrar nosso trabalho, de uma vitrine, mesmo que anual. O Dragão foi uma oportunidade que nós encontramos para isso.

Você já conhecia a cidade? O que achou da experiência com a moda cearense?

Eu não conhecia Fortaleza e estou extremamente encantado. O povo é super bacana, gentil, educado e nos atenderam muito bem. Estamos com a vontade de voltar sempre. Sinto que ainda teremos uma relação muito com essa cidade. Você pretende focar mais no consumidor cearense depois desses acontecimentos?Eu acho que esse é o intuito. Queremos fazer a ampliação da marca e, de repente, trabalhar nichos diferentes ou até mesmo linhas diferentes, mas sempre focado no público masculino, que é extremamente carente de moda.


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Fonte: Finíssimo

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