Longe dos clichês, marcas jovens do Rio de Janeiro estão criando o que promete ser a nova roupa do dia a dia do brasileiro
Boa parte das roupas mais legais que você usou nos anos 80 e 90 provavelmente era do Rio. Todo jovem queria uma bolsa da Company, uma camiseta Yes, Brazil, uma calça da Richards. Logo depois, a cidade virou polo de moda ensolarada, com estampas, tecidos leves e visual “balneário”. É chegada a hora de uma grande virada.![]() |
À direita, a Farm traz o conceito da marca cheio de estampas em peças com modelagem urbana |
Ao estilo urbano, conectado ao asfalto e às grandes metrópoles, marcas jovens e consolidadas – essas com a ideia de se reposicionar no mercado – incluíram elementos do surfe, do skate, da natureza e uma renovada consciência empresarial para emular a nova fórmula do casualwear brasileiro. O Rio e suas marcas entenderam que o mar, a areia e o sol podem dialogar com a festa e a happy hour.
O sucesso da Reserva, grife que recuperou uma moda despretensiosa, provou a possibilidade de repensar e atingir um público masculino carente de moda casual com sotaque carioca.
A Foxton, do casal Rodrigo Ribeiro e Marcella Mendes, nem havia completado dez anos e fechou negócio com o Grupo Soma para expandir além das fronteiras. No acordo firmado no início de 2016, no auge da crise financeira, consta que até 2021 serão 30 lojas espalhadas pelo país. São Paulo receberá no próximo ano os primeiros pontos, “na rua e nos shoppings”, segundo Ribeiro. Uma loja virtual renovada entrará no ar neste mês com a nova fase dessa grife que nasceu com um pé na prancha de surfe e outro na tábua de skate e, agora, vai dar pulos na noite e no escritório. “Vamos atender nosso cliente para diversas ocasiões”, explica o empresário. A flagship no Shopping Leblon será inaugurada ainda neste ano, com linho e social descolado. “A moda passa por um momento que obrigou os empresários a refletir sobre um mercado que mudou. O resultado são marcas se reconectando às suas histórias ao mesmo tempo em que as novas querem abrir frentes”, afirma Ribeiro.
No mesmo Grupo Soma, a Farm acaba de lançar sua primeira coleção masculina. O conceito de looks superestampados, que reverencia a flora nacional, está presente nas peças de contornos urbanos, com várias propostas de camisaria, moletom e bermudas.
Modelagem é o forte do estilista Maxime Perelmuter, proprietário da extinta British Colony. No final do ano passado, o designer mais cool da passarela lançou a marca de camisaria Maxime. Em abril, a segunda “safra” da etiqueta – ele trata a roupa, atemporal e simples de usar, como vinho – saiu da costura para ser vendida numa festa armada em um bar da zona sul. As peças de linho, jeans levíssimo e algodão madrás esgotaram rapidamente. Mesma percepção da Richards, que trouxe de volta à cadeira criativa o seu fundador, Ricardo Ferreira, cuja missão é recuperar a veia solar que havia se perdido: homens em busca de roupas elegantes com viés tropical.
Já no Leblon, o publicitário André Carvalhal abrirá neste mês a primeira loja da Ahlma. De proposta inovadora, a marca une o melhor dos dois mundos, o urbano e o tropical. A partir de sobras da indústria têxtil e de confecção, as coleções da marca tomarão forma. Todos os meses, produtos serão lançados, não haverá divisão entre estações, e os clientes poderão participar do processo criativo por meio de uma plataforma virtual, a Colabore, que será lançada junto ao site da marca, o Ahlma.cc. No e-commerce já estarão disponíveis peças da primeira coleção. Tudo a uma média de 200 reais. “As pessoas não se restringem a um só estilo”, diz Carvalhal. A marca está hospedada dentro do co-working Malha, um enorme galpão na zona portuária do Rio que abriga outras marcas com potencial criativo e sustentável. Entre os destaques do lugar dentro do segmento masculino estão a Moving, de matéria-prima orgânica, e a Mescla, com novas propostas feitas a partir de sobras de garrafa PET. “Existe um pensamento de entender os valores socioambientais, de colaboração, de usar a marca como veículo de conscientização”, afirma. O Rio de Janeiro não é mais, definitivamente, o mesmo.
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Fonte: Vip